Manaus – AM
Teatro Amazonas Manaus
Ponto de partida para emocionantes passeios que descortinam a floresta Amazônica, Manaus tem muito a oferecer aos turistas que lá chegam ávidos por um íntimo contato com o exotismo que viram nos documentários de TV. O programa básico é também o mais famoso: o tour de barco até o encontro dos rios Negro e Solimões, que correm lado a lado por seis quilômetros sem que as águas – uma barrenta e outra escura – se misturem. O passeio, entretanto, ganha doses extras de aventura se combinado a um trekking na mata, a uma volta de canoa pelos igarapés ou a uma visita às aldeias indígenas. A observação de pássaros, répteis e plantas está incluída no “pacote”.
Em terra firme, as atrações ficam por conta das suntuosas construções do final do século 19, época em que a capital prosperou graças ao Ciclo da Borracha. Palácios em estilo art nouveau espalham-se pelo Centro e, bem preservados, abrigam espaços culturais. Entre eles está o cartão-postal de Manaus, o Teatro Amazonas. Inaugurado em 1896, era frequentado pelos barões que lá assistiam a concorridos espetáculos de companhias européias. Luxo e riqueza se fazem presentes ainda através da decoração – lustres e máscaras venezianas estão por toda a parte. Depois da imersão natural e cultural é hora de saborear a culinária típica amazonense. São muitos os bons restaurantes que capricham nas receitas regionais, sempre tendo os peixes como destaque. O segredo de cada um fica por conta dos ingredientes e temperos, como tucupi, gengibre e açaí. Para auxiliar a digestão, vale a pena circular pelo bairro de Ponta Negra, cercado de prédios, calçadão, praças de esportes, bares animados e praia fluvial que fica lotada o ano inteiro. Atente-se às estações para melhor aproveitar a viagem e os passeios. De dezembro a maio, as chuvas não dão trégua, inundando florestas e igarapés. Já em setembro, os termômetros chegam fácil aos 40 graus.
Símbolo máximo do rico Ciclo da Borracha, o suntuoso teatro foi inaugurado em 1896 para a apresentação de peças e óperas de companhias européias. A construção é encantadora por dentro e por fora: a fachada neoclássica é pintada de rosa e apresenta uma cúpula feita com 36 mil escamas de cerâmica nas cores da bandeira brasileira. No interior, chamam a atenção o hall de entrada em mármore português, a escadaria em mármore italiano e ferro inglês e a sala de espetáculos, com capacidade para 700 pessoas e decorada com lustres e máscaras venezianos. Em maio, o teatro é cenário para o concorrido Festival Amazonas de Ópera, criado em 1997. Caso não seja possível assistir espetáculos, vale a pena fazer uma visita guiada, com meia hora de duração.
CRUZEIRO PELO RIO AMAZONAS
Os cruzeiros pelo rio Amazonas duram entre três e sete dias, dependendo da embarcação. Os preços também variam, de acordo com as acomodações e atividades oferecidas, como passeio de canoa, observação de aves e animais, pesca, trekking.
Encontro Das Águas
Um dos espetáculos naturais mais conhecidos e bonitos de Manaus, o Encontro das Águas ocorre no ponto em que os cursos dos Rios Negro e Solimões se juntam para formar o Rio Amazonas. Devido às grandes diferenças físico-químicas entre os dois rios, suas águas, de cores negra e barrenta, correm paralelamente sem se misturar por vários quilômetros.
Há três formas de se ver esse interessante fenômeno amazônico. A primeira é a vista aérea quando se chega a Manaus de avião durante o dia. Aliás, abro um parêntese para dizer que, quem vem a Manaus de avião, deve programar sua chegada e/ou o seu retorno para acontecer durante o dia. Do alto, a visão que se tem dos rios e da floresta já vale o preço da viagem, acredite. A segunda maneira é a mais tradicional: pegar um barco e ir até o Encontro. Nesse caso, há duas opções. A primeira é pagando por uma excursão padrão oferecida por praticamente todas as agências de turismo da cidade. Cobrando 120 reais por pessoa, a excursão sai às 9h do Porto de Manaus, no centro, e chega em torno de uma hora ao Encontro das Águas. Apesar de mais cara, essa opção é a mais confortável. Também faz parte do mesmo pacote uma visita ao Parque Ecológico Janauari, incluindo um passeio de canoa pelos igapós (floresta inundada) e uma visita a uma lagoa cheia de vitórias-régias, além de um delicioso almoço em um restaurante flutuante, com diversos peixes amazônicos à disposição (a bebida é cobrada separadamente). O passeio termina por volta das 15h. Caso você tenha apenas um dia em Manaus, este roteiro é o mais recomendável, pois permite um bom contato com a natureza e a culinária amazônica. Porém, se tudo o que você quer é um passeio de barco rápido e barato até o Encontro das Águas, a alternativa é o Porto do Ceasa. Localizado bem mais próximo ao fenômeno, no Distrito Industrial da cidade, o porto abriga algumas associações de barqueiros que oferecem passeios personalizados e flexíveis. Em barcos pequenos e motorizados, eles levam as pessoas até o Encontro das Águas (onde você pode até mesmo mergulhar) e em seguida, se o visitante quiser, eles podem leva-lo para visitar uma pequena vila ribeirinha (onde se tem contato com animais selvagens capturados pelos locais) e/ou até mesmo seguir viagem até o Parque Ecológico Janauri, repetindo parcialmente o roteiro proposto pelas agências de turismo mencionado acima.
A terceira forma de conferir o Encontro das Águas é pouco conhecida. Há um determinado ponto da cidade de onde é possível ver o fenômeno a partir da terra, sem precisar voar ou ir de barco: o Mirante das Lajes. O local é isolado e só pode ser alcançado com carro próprio. Seguindo pela Alameda Cosme Ferreira, logo depois do viaduto do Coroado, continue sempre em linha reta. Você vai chegar até o Shopping São José e a rotatória de mesmo nome. Passe por eles e continue em linha reta, ultrapassando o Terminal Rodoviário 5 logo a frente. Depois de algum tempo, você irá chegar a uma área com grandes castanheiras dos dois lados da rua (no local, funciona o IFAM). Nesse momento, você pode começar a observar algumas placas da Petrobras indicando a direção do Porto Encontro das Águas. Siga essas placas, sempre em linha reta (você ainda atravessa por mais uma rotatória e um viaduto). Em determinado ponto, você irá ver a sua direita a fábrica da Sodécia, e em seguida um outro prédio de fábrica com vidros esverdeados. Dobre à direita depois do prédio. Após essa curva, você deve continuar em linha reta, passando pela frente de uma placa que diz “Estação de Tratamento de Aguá das Lajes”. Logo mais à frente, haverá uma bifurcação onde, ao invés de seguir à direita (conforme indica a placa “Porto Encontro dás Águas”), você dobra à esquerda, seguindo a placa que diz “Porto Bertollini”. Você já está quase lá, mas tem que tomar cuidado a partir daqui, pois esse trecho da estrada tem vários buracos. Você irá passar por uma estação da Embratel e, após dois minutos, verá um portão à sua direita, do tal Porto Bertollini. Continue em linha reta reto e verá logo a seguir outro portão. Pronto. Ao atravessar, basta estacionar e ir até o mirante. Dali, você tem uma visão completa do Encontro das Águas e da floresta amazônica além dele. Acredite, todo o esforço vale a pena. A vista é definitivamente uma das mais deslumbrantes que Manaus tem a oferecer.
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