Monte Roraima – RR
Por Que Ir Para Monte Roraima
È uma montanha localizada na América do Sul, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana. Constitui um tipo de monte em formato de mesa bastante característico do planalto das Guianas. Delimitado por falésias de cerca de 1.000 metros de altura, seu planalto apresenta um ambiente totalmente diferente da floresta tropical e da savana que se estende a seus pés. Assim, o alto índice pluviométrico promoveu a formação de pseudocarstese de numerosas cavernas.
mais de 2 800 metros acima do nível do mar, numa região até hoje entre as menos exploradas do planeta, caminhando nas nuvens, sobre rochas que estão aqui desde antes da vida na Terra. O vento ascendente traz um som conhecido. Ondas à beira da praia. O mar está a 400 quilômetros, e por essa razão os ventos carregam muitas nuvens, que batem no paredão e se precipitam aqui no topo. Mas seria possível ouvir o mar? Claro que não. É o pequeno Rio Camaivá, que nasce mais abaixo e forma uma cachoeira.
Jacuzzis Monte Roraima
Imersos no desconhecimento, buscamos localizar o conhecido, ou tornar conhecível o que é irremediavelmente incógnito. E por isso ouvimos o mar aqui. Ou vislumbramos o Parthenon naquela formação de rocha sedimentar. Lá está um bosque de shimejis de pedra. Exclamamos “Capadócia!” diante do cenário arenítico que replica Goreme. São jacuzzis os poços de águas geladíssimas onde se toma banho. Estão no mapa local as pedras do Elefante, do Lobo Feroz, do Macaco, do Escorpião. Vemos nas rochas felinos, rostos que se beijam, um dromedário, a vila de Alberobello, na Umbria. E cá estamos na Pedra Maverick, assim chamada porque à distância lembra as formas do emblemático carro que a Ford lançou no finzinho dos anos 60
Cume Platô
O Monte Roraima é um enorme platô de 34 quilômetros quadrados, uma colossal montanha-mesa cravada na floresta amazônica, no Maciço Guianense, a 346 quilômetros de Boa Vista. Fica na fronteira tríplice entre Brasil, Venezuela e Guiana.
Com 1,8 bilhão de anos, está entre as formações mais antigas da Terra. O Himalaia, os Alpes e os Andes, por exemplo, são cadeias montanhosas muito mais “jovens”. Por essa razão, o Roraima é chamado de monte-testemunho. É memória da longínqua era paleoproterozóica. O monte e os outros seis tepuis irmãos formaram-se por sedimentação de areia do mar – tepui é a palavra do idioma indígena pemon que designa “grande montanha”. É desconcertante identificar em várias rochas os desenhos que o mar faz na praia quando a maré desce, aqueles sulcos convexos, delgados e simétricos. Os ventos e as chuvas foram responsáveis pela composição final do traçado geográfico como vemos hoje
De todos os tepuis, o Monte Roraima é o mais alto e aquele envolto em mistérios e mitos. Foi descrito como “o eldorado” pelos primeiros aventureiros que chegaram ao cume, no século 19. Quando esteve no platô, em 1842, o explorador inglês Robert Hermann Schomburgk (1804-1865) coletou plantas pré-históricas e completamente desconhecidas na época, o que fez florescerem histórias prodigiosas. A hipótese de que dinossauros poderiam habitar áreas ainda inacessíveis do monte inspirou sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), o criador do detetive Sherlock Holmes, a escrever o romance O Mundo Perdido. Mais recentemente, o Monte Roraima foi recriado em 3D pela Pixar na animação Up – Altas Aventuras. É o destino do velhinho Carl Fredericksen, que pilota sua casa suspensa por milhares de balões rumo ao Paraíso das Cachoeiras. O filme reproduz com formidável precisão cenários como o Salto Kupu-Meru e o Vale dos Cristais. As histórias fabulosas sobre a montanha vêm de tempos remotos. Muito antes da chegada dos primeiros europeus, os índios pemons já reverenciavam o “monte sagrado”, para eles uma espécie de Jardim do Éden, o lugar onde começou a vida e a espécie humana.
E cá estamos, no ponto mais alto do tepui, imobilizados diante dessa vastidão inabitada, 34 quilômetros quadrados onde o homem parece um intruso. E eis aqui uma diferença fundamental entre o Éden pemon e aquele do Gênesis: nunca ninguém se estabeleceu neste lugar. A natureza é rude demais. Primitiva demais. Território de espécies mais resistentes que a nossa. Sobre as rochas, liquens e musgos, os mais antigos seres vivos, compõem minúsculos abstracionismos kandinskyanos, numa desafiadora paleta de cores. Não há área cultivável nem árvores altas, apenas arbustos que dependem mais de água e luz do que de solo. O habitat também não é simpático aos animais. Além do diminuto sapo preto endêmico e de um grupo de borboletas-azuis, em cinco dias de expedição vimos de perto um colibri e, de relance, um falcão pintado e uma diglossa maior. Pássaros em busca de um ambiente para meditar, provavelmente exaustos da convivência com seus iguais. Em três ou quatro ocasiões, ouvimos um leve zumbido de insetos. E só
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